Marsupial brasileiro ganha visibilidade nas áreas urbanas durante o período reprodutivo e chama atenção para a importância da convivência consciente com a fauna silvestre
Com a mudança de estação e o início do período reprodutivo, moradores de diversas regiões do país têm registrado aparições mais frequentes de saruês, também conhecidos como gambás. Apesar da aparência incomum, esses animais têm papel fundamental no equilíbrio ambiental.
O saruê (Didelphis spp.) é um marsupial nativo das Américas e pode ser confundido com roedores, embora pertença a uma família completamente diferente — a mesma dos cangurus e coalas. Durante os meses mais quentes, especialmente no início da primavera, é comum vê-los com mais frequência em áreas urbanas, uma vez que estão em busca de alimento para si e para os filhotes.
Além de não representarem ameaça direta às pessoas, os saruês contribuem significativamente para o controle de pragas urbanas. Seu cardápio inclui aranhas, escorpiões, baratas, carrapatos e até cobras. Estudos indicam que eles possuem resistência natural ao veneno de serpentes como a cascavel e a coral, sendo inclusive utilizados na produção de antídotos.
Esses animais geralmente se deslocam durante a noite e, por vezes, atravessam ruas com dificuldade, especialmente quando estão carregando os filhotes na bolsa marsupial. É comum que se assustem com a presença humana e fujam, sem demonstrar comportamento agressivo.
Especialistas em meio ambiente reforçam a importância de informar a população sobre o papel ecológico desses animais. Ataques e maus-tratos a saruês, além de desnecessários, representam crime ambiental previsto em lei.
Com o aumento das interações entre humanos e fauna urbana, iniciativas de conscientização tornam-se fundamentais. A orientação é clara: ao avistar um saruê, evite qualquer tipo de agressão e permita que ele siga seu caminho. Respeitar esses animais é preservar a saúde do ecossistema e contribuir para a convivência harmoniosa entre cidade e natureza.
